domingo, 28 de setembro de 2014

Expedição Deuter - Petrópolis-Teresópolis


Segue o relato em video sobre a travessia.

Antes de relatar a travessia Petrópolis-Teresópolis. A Petrô-Terê, como ela é chamada normalmente vou explicar como tudo isso começou.
A Alguns meses atrás fiz o Pico Paraná com alguns colegas pois eu estou me preparando para fazer um mochilão para patagônia e isso serviria como preparo. Quando fiz o pico Paraná vi que eu estava bem ruim de equipamento principalmente Mochila e Bota. Depois de sofrer na pele com equipamento ruim, sai pela internet procurando qual seria o melhor equipamento para cada segmento. Quando cheguei na parte de mochila vi que a Deuter era disparada a melhor cargueira. Como eu não conhecia a marca sai pesquisando valores, descrição etc. Levei um susto quando vi que uma mochila top custava cerca de R$ 1200,00 “Depois vi que isso se paga”. Um certo dia entrei no site da deuter e vi que tinha uma promoção para uma expedição Petrópolis-Teresópolis onde fiz na hora a inscrição pois além da viagem eu poderia ter desconto para comprar minha sonhada mochila Deuter. Fiz a inscrição mas já sabendo que não ganharia pois até então nunca tinha ganhado nada. Certo dia recebi um e-mail informando que eu era um dos ganhadores da expedição. Depois de ler 10x o e-mail e acessar o facebook pude confirmar que isso não era um sonho e sim demorou mas ganhei o que mais gostaria, uma expedição com a Deuter.


No outro dia já comecei a botar meu preparo físico em dia pois essa travessia seria bem mais longa que o pico Paraná.
O pessoal da Deuter fez uma organização impecável e a todo momento era informado do que era preciso levar, como seria o roteiro e respondendo todas minhas dúvidas. A Travessia seria Sexta, Sábado e Domingo. O Ponto de encontro foi sexta as 8:00 no aeroporto Santos Dumont.

Por internet já pude conhecer quase todos os colegas de travessia e minha percepção se confirmou, a galera era SHOW, logo de cara já fizemos amizade e parecia que a galera já se conhecia a muito tempo. Todos do grupo já tinham experiência em trilhas, alguns eram mais acostumados com trilhas longas e outra galera “eu estava junto” com trilhas mais curtas.

Além dos participantes tivemos a companhia do Fotografo Tom Alves, Mario Nery que é represente do site trekkingbrasil.com.br além do pessoal da deuter e o escalador Hillo Santana – escalador do Deuter Team Brasil “esse cara é foda”

Antes da partida recebemos um presentinho da deuter um kit contendo um saco estanque da Sea to Summit, um par de meias da Lorpen, um X-Mug da Sea to Summit e algumas guloseimas para ir beliscando no meio do caminho. Além disso ganhamos uma blusa da Expedição.

Saímos no horário previsto, mas pegamos muito trânsito na subida da Serra para Petrópolis por causa de um caminhão que subia devagar, só chegamos na Portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso)por volta das 11h. Chegando lá fomos recepcionados pelo guia da Expedição e por mais algumas pessoas que nos acompanhariam e fariam parte da logística do evento. Fizemos o check in na portaria do Parque e logo depois tivemos um pequeno papo com nosso guia Ivo Junior que foi fantástico. Além de nos ajudar nas trilhas pude aprender muitas dicas para tornar a trilha mais fácil.

DIA 01 – Da Portaria de Petrópolis (Bonfim) ao Morro do Açú – 12/09 – sexta
Destaques: Vista do mirante do Graças a Deus, após a Isabeloca.
Distância: cerca de 7 ou 8 km, uma média de 6 horas de caminhada.
Nível: Subida pesada, quente e com trechos bem expostos ao sol.
Dica: Leve água, já que o ponto de abastecimento é no Ajax e até lá tem muito chão e muito calor se o sol estiver forte. Não esqueça o protetor solar e um boné!

Depois de toda recepção e agradinhos era hora de pôr a minha Deuter nas costas e ver na prática como ela ia se comportar. Hoje os pontos principais era Pedra do Queijo, Ajax, a subida da Isabeloca, o mirante do Graças a Deus e as lages de pedra (chapadão) até o Açu – ponto do nosso primeiro acampamento.


* Primeira foto da galera - Inicio da trilha (Foto Tom Alves)

Eu já tinha lido que o primeiro dia era o mais punk pois é só subia subida subida subida e mais subida subida. E realmente é assim mesmo. A pior parte da subida foi o trecho da portaria até a Pedra do Queijo, esta parte é quente demais e não tem tanto vento para aliviar a situação como temos na Isabeloca. De início a subida não tem muita coisa para se ver e a trilha é um pouco chata mas depois de algumas horas a trilha fica bem show. Como o grupo era grande nós tivemos uma pequena divisão onde cada um pode ir andando no seu ritmo porém sempre acompanhado de um guia. Eu consegui manter um ritimo legal pois a mochila realmente é FODAAA e quase eu não sentia ela.


Fizemos uma parada rápida entre a Pedra do Queijo e o Ajax para um papo e repor as energias.Durante a trilha eu fazia uma parada de 1min a cada 15min andando. Nesse momento eu anda estava usando meu cajado de madeira hhehe Depois o Guia jogou fora e me emprestou um bastão de trekking show. Foi minha priveira vez usando bastão e isso ajuda muito. Um detalhe é questão da mão inchada, se você não usa suas mãos sempre estão baixas e com isso fica inchada. Com o bastão isso não ocorre.


Paramos mais a frente no Ajax – ponto de abastecimento de água – comemos alguma coisa, bebemos bastante água, enchemos as garrafas e Streamers e começamos a tão falada subida da Isabeloca. Dizem que a Isabeloca tem este nome por causa da Princesa Isabel que gostava de passear por ali no lombo das mulas

*Willian Faé (Foto Tom Alves)

Chegamos no final da Isabeloca e o sol já começava a sair de cena. Por volta das 17h estávamos no Mirante do Graças a Deus, no começo do trecho que chamamos de “Chapadão”, local onde ficam as lages de pedra, dali até o Açú ainda teríamos mais alguns bons minutos de caminhada e mais algumas subidas. Paramos um pouco nesse ponto onde o Tom Alves parou para fazer umas fotos bem legais com a Nayara e minha mochila. Acompanhei as fotos e logo voltamos a trilha.

(Foto Mario Nery)
(Foto Tom Alves)

Nesse momento eu corpo já estava conformado com tanta subida. Realmente até esse ponto tinha subido bem puxado e o sol estava castigando. Não economizei na água e sempre estive muito bem hidratado e sempre estava comendo uma barra de cereal.


Chegamos no acampamento quase 18:00 e para nosso conforto o pessoal já foi na frente montando as barracas e levando a comida para o jantar. Isso foi um LUXO pois só nisso economizamos uns 3 a 4 kilos na mochila. Eu cheguei no acampamento e fui direto para o refugio encarar a fila do banheiro. Lá tem água quente e banho de 5min. Água quente mesmo. Esperei cerca de 1:30 para tomar banho. La também tem estrutura para dormir e barracas para alugar, porem tem que ser reservado por internet antes. Cama é 40 pila, espaço pra colocar o isolante e saco de dormir 20,00 e a barraca não lembro. Todos tem direito a banho. Quem pegar quarto pode usar a cozinha.

(Foto Tom Alves)

Depois do banho tivemos um jantar feito pelo Topot, que incluía sopa e capeletti, com direito a chocolate de sobremesa e um chá. Hora de ir pra dentro do saco de dormir e encarar a noite fria da Serra dos Órgãos. O dia seguinte começava cedo, junto com o nascer do sol.


(Foto Tom Alves)


(Foto Tom Alves)

DIA 02 – Do Morro do Açú até o Abrigo 4 – 13/09 – sábado
Destaques: Visual do segundo dia é o mais bonito de toda a Travessia.
Distância: cerca de 9km, mais ou menos 7 horas de caminhada.
Nível: Pesado com trechos de escalaminhada que exigem atenção e alguma experiência.
Dica: Amarre bem os cadarços das suas botas para evitar que os dedos fiquem batendo contra a parte da frente do calçado durante as inúmeras descidas. Este é o dia onde as pessoas se perdem com muita facilidade na travessia, alguns pontos onde a trilha muda não são notados facilmente. Eu mesmo teve um ponto que me desviei da trilha e aguardei o pessoal chegar para ter certeza para onde eu deveria ir. Outro problema sério para orientação pode ser a presença de neblina, coisa comum na Travessia. Você ficará exposto ao sol quase o tempo inteiro, então não descuide da hidratação, proteção para cabeça e do filtro solar.

A Noite foi bem fria no acampamento, mas eu estava bem equipado e foi tranquilo dormir. Como estava muito cansado não tive dificuldades em dormir. Acordamos por volta das 5:00 fomos em direção a frente do abrigo do Açu para ver o nascer do sol e foi simplesmente perfeito.



(Foto Mario Nery

Logo depois do nascer do sol o pessoal preparou um café da manhã bem reforçado pois como no dia anterior não tivemos almoço. A Rota do segundo dia é a mais top da travessia. Ela tem muita subida, descida e alguns pontos bem perigosos porém o cenário é perfeito. Como um plus nossa rota incluiria passar pelo Portais de Hércules que é uma vista privilegiada de algumas montanhas que não são vistas normalmente durante a travessia, como a famosa “Agulha do Diado”e “Dedo de Deus”.

Eu achei o segundo dia bem melhor e também já estava em um ritimo bem legal de caminhada.


Os pontos clássicos deste dia são: Morro do Marco, Portais de Hércules (desvio da trilha normal da Travessia), Vale da Luva (ponto de água), Morro da Luva (pior subida do dia), Cachoeirinha (base do Elevador – ponto de água), Elevador (escada de grampos de aço fixados na pedra que exigem atenção e calma), Vale das Antas (ponto de água), Pedra da Baleia, Mergulho (Grota ou Vale da Morte),Cavalinho e finalmente o Abrigo 4 aos pés da Pedra do Sino

O Segundo dia é bem mais técnico e exigiu bem mais atenção.
Saímos do acampamento e fomos em direção ao portais de Hércules, o que ajudou foi que na metade do caminho onde se inicia a descida para os portais, ficou um pessoal esperando e ai pudemos deixar nossas mochilas e descer bem mais leve. Levamos cerca de 1h até os portais. A Descida é bem susse e o lugar é o mais top de toda a travessia. Ficamos cerca de 30min olhando para aquele lugar e batendo diversas fotos. Pra ajudar tem também ponto para agua que fica na metade do caminho.
A Volta foi até o ponto que o pessoal ficou esperando foi bem tranquila também. Vale a pena com certeza incluir os portais no seu roteiro.


(Foto Mario Nery)

(Foto Mario Nery)

No segundo dia todo o pessoal já estava bem mais acostumado com o ritimo então a trilha rendeu mais mesmo sendo bem mais longa.
Durante a trilha escutei o pessoal comentar de alguns pontos famosos, porém como eu não tinha pesquisado antes eu não imaginava o que seria. Mas escutei frequentemente um tal de “Elevador, Cavalinho, Descida do Mergulho”.
Depois de algum tempo de caminhada chegamos em um ponto onde poderíamos ver o sino e para mim foi um dos lugares mais bonitos da travessia.


(Foto Tom Alves)

Logo depois de um bom descanso e do reabastecimento das reservas de água no Rio Soberbo nós seguimos em direção a Pedra da Baleia. Neste ponto o Kiko que vinha fechando a fila passou a frente para ajudar o Ivo Junior na fixação da corda de apoio para descida do Mergulho (uma grota logo antes do Cavalinho, que é chamado de vale da morte) .

Mais alguns minutos de caminhada com a parede do Sino na nossa direita e chegamos ao ponto onde descemos o vale para subirmos em direção ao famoso “Cavalinho”. Neste trecho da descida a corda já estava fixa e parte do grupo já havia passado. A logística de passagem foi perfeita. As mochilas foram passadas de mão em mão e colocadas logo abaixo da grota e as pessoas iam descendo pela corda, pegando suas mochilas e subindo em direção ao Cavalinho.
Esse ponto se tornou fácil devido a estrutura de corda e apoio do pessoal porem sem isso o negócio é bem perigoso. Não tenho fotos desse local pois tive que colocar tudo na mochila para poder descer.

Depois de alguns minutos chegamos no chamado cavalinho. O negocio é bem punk mesmo é uma subida cheio de pedras e uma rocha atravessada simulando um cavalo. Não sei como seria passar aquilo com mochila pois mesmo sem mochila e com ajuda já foi um pouco difícil. Achei muito perigoso pois ali se cair já era. Mas o pessoal da Deuter preparou outra logística perfeita, passando todas as mochilas e depois colocando uma corda para servir de apoio. O Kiko também ficou na ponta para ajudar o pessoal a subir.




Depois disso tudo ficou mais tranquilo. Estávamos bem pertinho do acampamento

Após a passagem pelo Cavalinho alguns optaram por subir o Sino para aproveitar o por do sol e outros – como eu – foram direto para o acampamento junto ao Abrigo 4. As barracas estavam montadas e o espaço para nossa cozinha já estava pronto. O Topot começou a preparar a janta dos participantes enquanto alguns já se “inscreviam” na fila do banho, que estava maior que a do dia anterior. No meu caso desisti do banho pois tinha muitaaaaaa gente na frente.

O sol sumiu de vez e as pessoas que estavam no alto da Pedra do Sino começaram a descer. O papo rendeu ao redor da “cozinha” – enquanto a sopa e o arroz com nozes, queijo e grão de bico estavam nos pratos o silêncio imperava, mas antes ou depois as conversas iam da música e causos da montanha até as viagens, trilhas e equipamentos – com não poderia deixar de ser, é claro.



DIA 03 – Do Abrigo 4 até Teresópolis – 14/09 – domingo
Destaques: Morro da Cruz (desvio da trilha que permite uma ótima visão da Agulha do Diabo), vista de Teresópolis do meio da descida e a cachoeira do Véu da Noiva.
Distância: 11km mais ou menos.
Nível: leve, todo o caminho é descendo, porém os desníveis incomodam para quem tem algum problema nos joelhos ou nas pernas.
Dica: Aproveite a parada no gramadão (espaço do antigo Abrigo 3) e pegue uma trilha curta (no fundo a direita) que lhe leva a um mirante com vista para Teresópolis.

Acordamos bem cedinho com o sol alaranjando o horizonte, algumas pessoas optaram por ficar nas barracas, já outros levantaram e encararam o vento frio e forte da Serra dos Órgãos enquanto assistíamos a mais um espetáculo do sol nesta alvorada de domingo. Escolhemos ver ao nascer do sol na Pedra da Baleia, uma lage de pedra grande que fica logo atrás do chalé do Abrigo 4, para chegar lá basta seguir a única trilha que parte de trás do Abrigo.



A ideia para o dia de hoje era descer pela Travessia da Neblina, porém o grupo optou por uma descida pela trilha normal de 11 KM, isso nos economizaria tempo, Kms andados e energias – já que a descida pela Neblina iria aumentar o caminho e o desgaste nas pessoas.

Os 11 km de descida são tranquilos e você encontra mais pontos de água pelo caminho, uns 2 ou 3 se não me engano. A descida pede atenção por causa dos inúmeros desníveis e também pelo trecho final que tem um calçamento antigo com várias pedras desniveladas e com limo. Ao longo deste trecho os bastões de caminhada ajudam bastante e salvam os seus joelhos.

Nesse terceiro dia a trilha é bem sem graça, uma porque ficamos mau acostumados pelo segundo dia que é incrível, a outra porque é apenas descida e muita mata fechada.

Tivemos um ponto perto de um antigo abrigo que se desvia a trilha um pouco e podemos ver teresopolis.


Na chegada à Barragem, ponto final de quem faz a Travessia até Teresópolis, encontramos a nossa van, nosso guia, os participantes, carregadores (Diego e Juca) e o carro de apoio da Expedição com o Pedro. Frutas, Gatorade gelado e um sorriso no rosto dos participantes – pela sensação de missão cumprida e também por poderem tirar as botas e mochilas cargueiras, rsrsrsrsrs!



Em resumo…
Foi um privilégio ter participado da primeira edição da Expedição deuter e tive sorte duas vezes que foi ganhar esse sorteio e ter uma galera sensacional como companheiros nesses três dias. Tudo foi perfeito ( Local, Organização, Comida, Estrutura, Guia)


Nessa expedição pude aprender muita coisa relacionado a trilha, equipamentos e fotografia e isso para mim foi o melhor de tudo.

Onde: Parque Nacional da Serra dos Órgãos (ingressos e informações aqui)
Duração da trip: 3 dias, mas pode ser feita em 2 ou até em 1 dia.
Melhor época do ano: Entre maio e setembro, período que chove menos.
Classificação: Travessia Pesada.
Destaques: Paisagens do segundo dia de caminhada, nascer e por do sol no Açu e na Pedra do Sino.
Indicado para: Pessoas com bom condicionamento físico e que possuam os equipamentos necessários para uma caminhada deste porte, incluindo os itens camping e vestuário de frio.


Willian Faé

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Pico Parana

No dia 1/8/2014 tive a oportunidade de subir o Magnifico  Pico Paraná. É a montanha mais alta da Região Sul do Brasil. Está a 1.877,392 metros de altitude e fica bem pertinho de Curitiba.
Estava já algum tempo sem viajar para esses fins e como tenho a intenção de fazer a patagônia em breve já iniciei meus testes de preparo físico e mental.

O Roteiro foi o seguinte.
Sexta – Chegar na fazenda por 16:00 e arrumar acampamento
Sábado – Iniciar a subida até o Acampamento Base 2
Domingo – Iniciar a subida ao cume e voltar a fazenda

Fiz essa subida com mais três colegas, sendo dois de Curitiba e um da minha cidade Chapecó.
Chegamos a Fazenda “Pico Parana” na sexta feira por 16:30.
A Fazenda possui uma ótima área de camping e possui uma casinha onde tem um banheiro com ducha quente para banho e caso precisar tomadas para carregar celular etc. Foi pago 10,00 para entrar e é obrigatório fazer um cadastro onde é preciso informar telefones de emergência, data de retorno etc. Caso tenham intenção de ficar mais dias deixem isso informado para o pessoal não ficar preocupado e ligando para todos teus familiares.  Na sexta foi um dia bem tranquilo onde apenas armamos a barraca e subimos até a primeira pedra para ver o pôr do sol. Caso chegar cedo dá para fazer uma cachoeira que fica uns 10min do acampamento. Na sexta levamos torradeira, ovos, queijo, cobertas etc.. Pois depois era só deixar no carro o que não seria usado pra subir.



Acordamos no sábado bem cedo para tomar banho e arrumar as coisas para a trilha.
Vou listar os itens básicos para a subida ao pico, sendo que a subida tem um tempo estimado de 6 a 8 horas então cada kilo na mochila faz uma enorme diferença.

O que eu levei
·         Barraca mini pack – azteq (essa barraca é perfeita para uma pessoa) pesa 1.7kilo
·         Saco de dormir Nautika X-Lite (5 a 8c) Pesa 600 gramas. Perfeito.
·         Isolante térmico
·         2 pares de meia para caminhada
·         1 calça moletom
·         1 fogareiro portátil
·         1 refil de gás
·         Kits de primeiros socorros
·         1 litro de água
·         1 camisa segunda pele
·         1 Jaqueta corta vento
·         2 Camisas de caminhada
·         Miojo, Chocolates, Café, Açúcar, Barras de cereais, Kit de Strognoff da liofoods
·         Copo, Prato pequeno, garfo e Faca
·         Lanterna de Cabeça
·         Protetor solar, óculos de sol, Desodorante
·         Câmera Fotográfica
·         Boné
·         Luvas ---- Levem isso....
·         Mochila Cargueira de 70 litros

No fim isso tudo deu uns 11 kilos. E mais o que a galera levou.
Ontem na subida até a primeira pedra eu já percebi que o negocio não seria fácil. Era a primeira trilha que eu fazia com muita carga.

 A Trilha é puxada do inicio ao fim, não tem parte fácil. Já vá preparado pois você terá q fazer um esforço físico tremendo. Para quem nunca fez esse tipo de trilha é melhor fazer outras menores. No meu caso eu estava parado a dois meses sem sair de casa devido a problemas de saúde e eu senti muito essa trilha.

Para quem acha que a trilha é fácil já vou alertando, ela é uma trilha bem diversificada e você terá que fazer pequenas escaladas com um pequeno risco, você terá q subir sobre raízes, pedras, lugares lisos, subir com apoio de cordas ou grampos. Se tiver medo de altura pense bem antes de ir.

Iniciamos a subida e eu pra variar fiquei por último, como eu tinha tempo fui andando no meu ritmo. Andava uns 10 minutos para pôr 1 minuto e seguia nesse ritmo. Encontrei muita gente na trilha acho que deveria ter umas 50 pessoas nesse final de semana. As vezes a galera me esperava para ver se estava tudo bem e depois eles seguiam na frente. No início a trilha é bastante movimentada pois ela dá acesso para outras trilhas.

Durante a trilha existe um ponto para pegar água que é cerca de 2 a 3h depois de iniciar e depois só terá água no acampamento A2. Então para o início da trilha leve apenas a agua que você irá usar para tomar.

Fizemos diversas paradas e eu já estava sentindo que minha bota era uma porcaria e minha mochila era muito grande para meu tamanho e muito fraca. Por volta de 12:30 paramos para almoçar. Comemos miojo com molho de tomate, barras de cereal, chocolates.

Depois de andar muito e passar por diversas raízes grandes e uma mata bem fechada tivemos a primeira vista do Pico Parana e vimos o quanto ele era grande e lindo. Isso nos motivou e nos deu mais energia.
Chegamos em uma parte da trilha onde tinha uns grampos para subir uma rocha. Tinha visto isso nas fotos porem na pratica isso dá um medo gigante pois caso cair o estrago será grande.

Por volta das 16:30 chegamos enfim no acampamento A2. O Lugar é muito bacana porém é bem ruim para armar as barracas pois o lugar não tem muitos locais planos. E além de você ficar inclinado existe bastante pedras e irregularidades no solo onde fica quase impossível dormir. Como chegamos tarde perdemos os melhores lugares “tentem chegar por 15:00”. Procurei bastante e achei um lugar onde eu tinha apenas um local para deitar sendo que não poderia me mexer. Arruamos o acampamento e fomos buscar agua onde fica perto do acampamento porem o local é bem chatinho para chegar.
Fizemos a janta por 19:00 e por 21:00 já fomos para a barraca descansar pois a ideia era acordar por 5:00 e iniciar a subida ao cume.

Durante a madrugada fez muitooooo vento e pude pela primeira vez testar minha barraca. Ela resistiu perfeitamente e pude dormir um pouco, porem teve duas barracas que quebrarão com o vento. Nem levem aquelas barracas MOR que é furada na certa.
Por 5:00 iniciamos a subida ao cume. Estava um vento muito forte e um pouco de frio mas sem nenhum risco a nossa segurança. Iniciamos a subida e depois de uns 20min subindo minha lanterna de cabeça morreu e fiquei totalmente no escuro. A Sorte que o dia já estava nascendo e pude me guiar na subida. A Subida em si é um pouco tranquila pois não levamos a mochila.


Cheguei ao cume por 6:20.
O Lugar é maravilhoso e só estando lá para ver a perfeição do PICO Paraná. Quando cheguei la em cima quase chorei de emoção de ter conseguido pois achei que não iria até o fim. Mas passo por passo cheguei lá.
Ficamos uns 40 minutos lá em cima, fizemos diversas fotos e iniciamos a descida até o acampamento A2.




Durante a descida deu para ver de longe onde estávamos acampados e nossa a visão é fantástica.
Chegando no acampamento fizemos um rango bem reforçado e descansamos um pouco para iniciar a volta. 


Na minha cabeça seria bem mais fácil voltar.... Engano meu
A Volta para mim foi pior que a subida pois minha bota era uma porcaria e meu pé estava ferrado. Eu não tinha mais cansaço porem todo meu corpo doía. Para ajudar estava seguindo uns camaradas e o pessoal pegou o caminho errado descendo uma pirambeira. Eu alertei que esse caminho era errado e desci até metade, depois a galera viu que o caminho era errado e voltou. Ali perdemos 1h.
Depois de 6h finalmente cheguei ao acampamento base. Nas ultimas 2horas eu fui ao meu limite sendo que caminhava e parava devido ao pé machucado e o peso da mochila.

Considerações finais.

Vale cada esforço gasto para subir ao pico, o lugar é maravilhoso e será uma bela experiência.
Na primeira vez tente ir acompanhado pois isso lhe dará mais segurança e deixara a trilha mais animada.
Tente levar o mínimo de carga possível pois no fim isso irá pesar muito.
Vá bem preparado com seu joelho pois você vai fazer muito esforço com ele.
Vá com uma bota que você já usou antes pois isso poderá atrapalhar sua trilha.